domingo, 11 de agosto de 2013

Artigo Publicado na Revista Estilo Zona Sul, 15ª Ed. 2013

Criança, Consumo e Cultura
Jeanine Bender de Paula
Advogada e Professora Universitária

Diante do novo cenário sócio cultural, tendo em vista a globalização, o sentido de pertencimento e de identidade também vem se modificando. E, notavelmente, o consumo é fato marcante nesta transição, especialmente em relação à interação social, ou seja, crianças, adolescentes e adultos alteram suas relações pessoais de acordo com a mídia e a cultura do consumo, acabando por mudar a própria forma de exercer a cidadania. O que ocorre atualmente é um descontentamento com tudo que temos, pois as coisas se tornam obsoletas a cada segundo. Então, poderíamos questionar onde está a infância na cultura do consumo? Antigamente, era considerada a fase da inocência e da felicidade, já hoje os infantes já estão mais aptos que seus próprios pais, levando-se em conta as tecnologias atuais. São consumidores reais. 
Estas crianças são hipervulneráveis diante dos apelos mercadológicos de consumo, estão em desenvolvimento, não possuem a capacidade e o discernimento suficiente para distinguir o melhor para suas vidas. E, de certa forma, o grupo acaba vencendo essa batalha. Precisam do reconhecimento social. Há pesquisas demonstrando que a influência dos filhos nas decisões de compras chega a 80% e a incidência do consumo alimentar desmedido já caracteriza problema de saúde pública pelo aumento da obesidade infantil. Ademais, a publicidade infantil tem meios específicos de convencimento, sustentando o que é mais natural ao desejo de uma criança: brinquedos e personagens infantis! O Estatuto da Criança e do Adolescente salvaguarda o direito da criança e do adolescente à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem a sua condição intrínseca de crescimento. 
A publicidade em si quer vender, não apresenta cunho social ou cultural. É preciso uma regulação da publicidade com maiores resultados, evitando à comercialização de produtos prejudiciais à saúde, inclusive no que tange ao consumo infantil excessivo e prematuro ao desenvolvimento intelectual. Importante salientar que publicidade é o conjunto de técnicas de divulgação de produtos para venda e não tem relação direta com a liberdade de expressão, esta, tem ligação com o conhecimento científico, com as artes, com a religião e com a informação suficientemente precisa. Desta forma, precisamos é de reflexão e atitude!

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